Os «popós» do Hospital de Aveiro

O Conselho de Administração do Hospital Infante D. Pedro tem estado na linha de fogo de alguns porque terá adquirido três viaturas de serviço no valor de 72 mil euros. Daniel Oliveira no Expresso hoje destaca este fait divers, ironizando com aquilo que não passa de um mero acto de gestão. Voltou, no Eixo do Mal, a referir esta questão. Um Hospital tem um volume de negócios significativo, pelo que os seus gestores e administradores devem ser, para que haja eficiência, escolhidos certamente numa base de mérito, e num mercado de emprego que é cada vez mais competitivo. Qualquer quadro superior de uma empresa privada - e não é necessário que seja membro de um Conselho de Administração - dispõe de viatura de serviço de um valor bem superior aos 24 mil euros dos «popós» de Aveiro. Com a vantagem acrescida que um gestor privado não corre o risco de se ver por um acto corrente nas primeiras páginas dos jornais, nem ser alvo das críticas num debate na SIC Notícias. A Saúde é demasiado importante e movimenta volumes tão significativos para que não fique entregue aos melhores, escolhidos com base apenas no mérito. O que nem sempre tem sido o caso, porque as condições não são (sobretudo no que diz respeito aos quadros dirigentes) competitivas, e porque a exposição ao síndrome da inveja acarreta uma perda de privacidade a que muitos não estão dispostos. Há ainda o factor político, que faz com que, infelizmente, haja muitas nomeações de mera inspiração partidária. Espero que o Ministro Correia de Campos seja capaz de prosseguir o bom rumo que escolheu, com a serenidade e a inteligência de quem sabe bem para onde quer ir, substituindo apenas os gestores que apresentem maus resultados (e após terem sido avaliados os resultados dos seus consulados); e que José Sócrates resista à pressão de substituir um Ministro que cada vez mais agrada menos a um aparelho do PS, ávido de nomeações (ver também aqui.) Rodrigo Adão da Fonseca

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