Espelho meu, espelho meu [parte II]
"Irrelevância teórica"? "Cinzentismo formal"? "Ausência de ideias"? Discurso "panfletário"? E que dizer de quem se define como "anarquista" na mesma frase em que se coloca ao lado da "ordem"? E de quem se assusta com a apologia do indivíduo ao mesmo tempo que receia o "caos (...) nazi-stalinisto-maoista"? E que liberdade é essa que despreza assim tanto o indivíduo, ao ponto de o classsificar como gerador do "caos"? E como rotular quem persiste em visões dialécticas, ultrapassadas, que reduzem tudo a "dicotomias" ("livre-escravo, igualitario-diferenciador, sociedade-indivíduo, ordem-caos"), quem ainda se orgulha de ter uma visão do mundo a preto e branco? Isto sim, é fruto de um criativo pensamento, sem clichés nem frases feitas! Mas certamente que sim! Rodrigo Adão da Fonseca"(...) Em vez de esquerda-direita temos a coragem-desistência. Há os que surgem no terreno da democracia com a coragem de enfrentar as terríveis dificuldades de gestão da política globalizada, e os que preferiam abdicar da democracia e entregar a gestão do mundo a uma corporação de escriturários, S.A.
O mundo mudou e está a mudar. Sem coragem será impossível evitar mergulhar em novo caos de proporções nazi-stalinisto-maoístas. Mas o pior, para mim, é ler quem escreve abertamente preferir o mergulho pela simples e egoísta razão de que ele, o indivíduo, tem mais a ganhar.
No mundo mudado, em qualquer mundo antes e depois deste, permanecem inalteráveis as dicotomias: livre-escravo, igualitário-diferenciador, sociedade-indivíduo, ordem-caos.
Como bom anarquista, nestes tempos de ideologia levada à escolha extrema coloco-me dos lados óbvios: o lado da coragem, do livre, do igualitário, da sociedade, da ordem. Dúvidas? (...)".
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