Sobre o significado de certos conceitos tradicionais - II

Como referi na caixa de comentários do Blasfémias, no meu post "Sobre o significado de certos conceitos tradicionais" limitei-me a a questionar o que significam hoje, nos planos politico e filosófico, os conceitos de "modernidade", "progresso" e "racionalidade", pois considero que estas ideias, transportadas até hoje desde o século XVIII, estão, num mundo dominado pela globalização e pela complexidade, em crise; tornaram-se conceitos conservadores, pois não acompanharam a mudança: são hoje noções algo vazias, pouco aptas a servir de resposta aos novos desafios que se colocam aos cidadãos (aspecto que aflorei na apresentação que fiz no domingo, e que pretendo publicar aqui, nos próximos dias). Precisarão, eventualmente, de ser reconceptualizados. Era esse o meu desafio. Apenas e só. O CAA escreve, na sequência do meu breve comentário, um extenso post, onde aborda várias questões que não me merecem contraditório, pois não me sinto habilitado para debater os aspectos aí levantados: em boa verdade, nunca militei em nenhum partido; nunca fundei uma força política à direita nem vivi as suas incidências (quadrante, aliás, onde não me revejo; considero, até, falida a dicotomia esquerda-direita); não conheço a realidade política brasileira; ignoro, porque estou à margem do fenómeno político e da vida das instituições religiosas, o que são as supostas relações perigosas entre o poder político e religioso; não sei o que são "famílias que optaram por procriar ao estilo dos coelhos", não sendo versado na sexualidade desses simpáticos seres de orelhas grandes (embore goste de "coelhinhas"). Em síntese, não sendo eu de direita, e vendo a realidade política como um mero outsider, não me sinto habilitado a discutir todos estes aspectos com quem tem vivido com tanta intensidade, nas duas últimas décadas, neste espaço ideológico, trilhando aí vários caminhos. Li também com atenção o que escreveu o Rui, a quem esclareço - terás apenas treslido o meu post, caro Rui (onde é que eu situo "a linha de fronteira" entre os partidos de direita "na questão religiosa"?) - que não só não advogo, como nunca advoguei, a favor de partidos confessionais à direita (o que não significa que estes não existam, nomeadamente nos EUA; mas se há alguém que na blogosfera tem criticado e escrito sobre o neoconservadorismo, tenho até sido eu). De resto, julgo ser o post do Rui excelente e elucidativo (tivesse eu arte, poderia ter sido escrito por mim). Penso, em qualquer caso, que ambos fizeram uma interpretação bastante extensiva e algo pavloviana do que eu escrevi (uma dúzia de curtas linhas); mas como dizia o outro: é a vida! Rodrigo Adão da Fonseca

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