Vitória de Pirro

O Daniel Oliveira está convencido que as "redes de solidariedade" que se criaram entre os "trabalhadores das várias fábricas europeias da GM" são a causa da suspensão da decisão de encerramento da unidade da Azambuja. A notícia do DN que serve de base ao seu post, diga-se, ajuda a suportar semelhante tese. Entretanto, um pouco por toda a imprensa mundial (ver aqui, aqui ou aqui), discute-se a pressão que a Renault e a Nissan (por intermédio do bilionário Kirk Kerkorian) estão a fazer à GM, procurando forçar o gigante americano a consolidar uma tríplice aliança. A avaliação desta "Santíssima Trindade" - que a concretizar-se terá um significativo impacto, nomeadamente, na produção automóvel destas três marcas - é a verdadeira causa justificativa da suspensão da decisão de encerramento da unidade da Azambuja, cuja viabilidade poderá ter de ser apreciada num (potencial) novo contexto. É bom que os trabalhadores da Opel da Azambuja tenham consciência que só a competitividade da unidade pode permitir que esta não encerre no futuro, e que se devem preparam para responder, neste plano, perante o novo alinhamento produtivo (que incorporará, além da GM, a Renault e a Nissan); de contrário, se continuarem convencidos que a viabilidade da unidade se decide nas "conquistas sindicais", então arriscam-se, à semelhança de Pirro, a que esta suposta "vitória", seja a última. Rodrigo Adão da Fonseca

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