Os Apóstolos da Laicidade (parte II)

Damien Hirst, "Stalin", 2006

O CAA, na distribuição das "medalhas" elege Sócrates como vencedor, e a Igreja - representada, quem diria, por José Maria Escribá - como grande derrotada.

Pensaria eu - e boa parte dos portugueses - que pelos argumentos da campanha as grandes vencedoras seriam as "mulheres"; e os grandes derrotados "os que lucram com o aborto clandestino". Afinal, as bandeiras asteadas pelo "Sim". E só depois, as instituições religiosas, as políticas, os agentes mediáticos envolvidos na campanha. Mas, afinal, nem uma palavrinha para as "mulheres"?

Na euforia da vitória, repito, ressaltam as verdadeiras motivações e o que justificou a presença de algumas pessoas na ampla federação do "Sim". De facto, vê-se pelos comentários como muitos deles estavam tão preocupados com as mulheres e com a sua humilhação social implícita no Código Penal...

Salva-se, para já, do que li, a Joana Amaral Dias, que soube ser coerente no artigo que escreve hoje no DN, mantendo o discurso que utilizou durante a campanha. E que, pessoalmente, preferia ver no PS, longe do estilo folclórico e festivo do Bloco.

Rodrigo Adão da Fonseca

PS: O CAA junta-se assim aos restantes Apóstolos da Laicidade. Se ainda restassem dúvidas sobre as reais motivações do CAA, bastou ouvir a sua intervenção na RTP-N: Igreja, Igreja, Igreja...

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