Fernando Gil

Morreu Fernando Gil. Não conheço a sua obra filosófica, embora o respeite pela proximidade que tinha com os meus pais (sobretudo com a minha mãe), com quem colaborou intensamente ao longo de muitos anos. O nome de Fernando Gil marcava com frequência as conversas familiares, e foi com alguma curiosidade que esperei pelo dia em que o conheci pessoalmente. Pode ser um pormenor na sua obra, mas ainda assim gostava de destacar aquela que foi a posição que assumiu na sequência do 11 de Setembro. Em 2002, muitas pessoas em Portugal ficaram surpreendidas e até indignadas - sobretudo à esquerda - pela clareza na oposição à forma dúbia como a Europa estava a colocar-se perante os atentados e pela indefinição na condenação dos mesmos, alertando ainda, em conjunto com o Paulo Tunhas, para os riscos que o islamismo radical representava para a Europa. Hoje, percebemos bem que a Europa não pode centrar-se apenas na definição do seu espaço geográfico e económico, e que o seu pilar essencial - o cultural - está desagregado pelo secularismo e pelos multiculturalismos mutuamente destrutivos. O Blue Lounge veste-se de luto. Rodrigo Adão da Fonseca

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