O caminho faz-se caminhando

Mas, a não ser que se queira apenas ser lobiista (e é isso o que muitos destes gestores sabem fazer bem nos meandros do poder, logo convencem-se que isso pode ser transposto para os eleitores) seria melhor usar os recursos disponíveis para intervir na sociedade civil para formar opinião. Formar opinião: invistam em think tanks, em estudos sérios, em jornais e revistas, em conferências, em ensino de excelência não apenas para as empresas mas para a actividade cívica, apoiem iniciativas modelo que mostrem a eficácia das propostas, etc, etc. Apoiem os políticos e os partidos que melhor pensam poder expressar essas propostas. Às claras, para se saber. Sem receios. Ou então façam um partido político e concorram às eleições, uma solução que daria uma grande legitimidade ao movimento e acabaria com algumas ambiguidades sobre as naturais ambições de alguns dos seus proponentes. E acima de tudo dêem o exemplo, a melhor das propagandas.
Esta crítica, de JPP, no seu Abrupto, teria fundamento se de facto os promotores principais do Compromisso Portugal já não tivessem assumido - ainda antes da 2.ª Convenção do Beato - que há uma intenção de evoluir para a criação de um think tank, com pessoas em permanência, e que acrescentem consistência e profundidade ao trabalho já feito.
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O Compromisso Portugal tem dois anos. E um think tank com outra robustez, para poder dar os frutos e ter a dimensão que JPP refere, custa muito dinheiro. Que, nas empresas, pertence aos accionistas. Por isso estas Convenções são fundadoras de movimentos. Estas iniciativas, se bem acolhidas, podem dar frutos. E ajudar a encontrar os fundos necessários. Criticá-las pelo que não se fez em vez de olhar para aquilo que já representam é na minha óptica uma abordagem errada. Rodrigo Adão da Fonseca

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