Prostituindo Keynes

Eduardo, O que me preocupa é que nos últimos 18 meses a dívida pública aumentou 9,3%; preocupa-me a previsível diminuição das exportações, e o risco de deflacção que, a concretizar-se, irá reduzir o valor do que a nossa economia produz; preocupa-me o desemprego que tudo isto acarreta; preocupa-me que, perante este cenário, se fale em "keynesianismo" para justificar intervenções injustificadas do poder político sobre a economia, aumentando ainda mais a dívida pública, e limitando a liberdade económica, o que prejudica, sobretudo, a nossa recuperação a prazo; preocupa-me que se use uma fachada "keynesiana" para justificar obras públicas desnecessárias, como se Keynes, paz à sua alma, fosse a favor do desperdício, da presença do Estado em 50% da economia (ele, que até foi adepto da moderação da tributação e valorizou a diminuição de impostos), do controlo político sobre as empresas, da promoção de "vested interests" de grupos particulares. Ao pé do que aí vem, 1,6% de aumento do poder de compra (para quem conseguir conservar o seu emprego), e um passe social mais baratinho, não passam de esmolas eleitoralistas. No fim da linha, o nosso quadro macro-económico é o de um país a definhar. Rodrigo Adão da Fonseca

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